A inflação brasileira acelerou em fevereiro, registrando uma variação de 1,31%, a maior para o mês desde 2003. Entre os principais fatores de pressão, destacam-se os aumentos nas contas de energia elétrica, que subiram 16,80%, e nas mensalidades escolares, que tiveram reajustes de 4,70%. O grupo de alimentos também teve contribuição significativa, com destaque para o café e o ovo, que apresentaram altas expressivas. O café subiu 20,25% nos primeiros meses de 2025, e o ovo de galinha teve o maior aumento mensal desde o início do Plano Real, com alta de 15,39%.
A taxa acumulada em 12 meses foi de 5,06%, superando o centro da meta de inflação e afastando-se do teto estabelecido pelo governo. Esse cenário reforça a expectativa de que o Banco Central mantenha o ritmo de aumento da taxa Selic, o que é visto como uma medida para tentar conter a alta de preços. Além disso, o impacto da desvalorização do real frente ao dólar tem gerado uma pressão adicional sobre os preços de produtos industriais, com especialistas apontando a necessidade de monitoramento constante da inflação nos próximos meses.
O governo tem adotado medidas para tentar controlar a alta de alimentos, como a redução do Imposto de Importação de itens como açúcar, café e carne, embora especialistas a considerem de impacto limitado no curto prazo. A expectativa é que a nova safra agrícola ajude a conter a pressão sobre os preços dos alimentos. Contudo, a tendência de alta persistente em determinados produtos, como o café e os ovos, continua preocupando, mostrando que a inflação pode permanecer elevada por algum tempo.