A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada em março de 2025, revelou que os trabalhadores da indústria recebem, em média, salários 9,6% superiores aos das áreas de agropecuária e serviços. A diferença salarial pode chegar a até 30% em setores como a indústria extrativa. A comparação considerou variáveis como escolaridade, experiência, sexo, e localização geográfica, garantindo que a discrepância salarial não seja atribuída apenas a características pessoais dos trabalhadores.
De acordo com Mário Sérgio Telles, superintendente de economia da CNI, três fatores principais explicam a superioridade salarial na indústria: maior produtividade, a necessidade de reter talentos, e a predominância de empresas de médio e grande porte. A maior produtividade da indústria, combinada com a complexidade e a rotatividade da mão de obra, justifica a oferta de salários mais altos para evitar custos com a perda de profissionais qualificados. Além disso, as empresas de maior porte, especialmente no setor tecnológico, pagam salários mais elevados para atrair e manter funcionários altamente qualificados.
O estudo também verificou que a diferença salarial entre os setores não é sazonal, mas uma característica estrutural da indústria. Quando isoladas as variáveis de escolaridade, experiência e formalidade, os trabalhadores da indústria ainda receberam, em média, 15,8% a mais do que os empregados em outras áreas do setor privado. A remuneração média na indústria foi de R$ 3.022,87, enquanto nos setores de serviços e agropecuária os valores foram de R$ 2.682,82 e R$ 1.792,74, respectivamente.