As importações da China apresentaram uma queda inesperada de 8,4% nos primeiros meses de 2025, contrariando as expectativas de crescimento. Esse declínio reflete, em parte, o impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que ganhou força com a imposição de novas tarifas. Além disso, a redução nas compras de commodities essenciais como grãos, minério de ferro e petróleo bruto sugere que o país pode estar focando na construção de reservas estratégicas, enquanto se prepara para enfrentar mais tensões comerciais com os EUA.
Por outro lado, as exportações chinesas aumentaram apenas 2,3% entre janeiro e fevereiro, bem abaixo da previsão de crescimento de 5%. A desaceleração nas exportações foi influenciada pela antecipação das remessas no final do ano anterior, em resposta às preocupações com a guerra comercial. Isso, somado à crise no mercado imobiliário chinês, tem gerado incertezas na economia, afetando a confiança das empresas e das famílias, o que impacta diretamente o desempenho do comércio exterior.
O declínio nas importações também refletiu diferenças entre as empresas estatais e privadas. Enquanto as primeiras enfrentaram uma redução de 20,6% nas compras, as privadas tiveram um crescimento de 2,7%. Esse padrão sugere que as empresas estatais estão optando por depender mais de seus estoques, devido à sua posição dominante no mercado. Além disso, as sanções dos EUA contra o petróleo russo e iraniano afetaram diretamente as importações de petróleo bruto da China, que caíram 5% no período analisado.