As novas tarifas de importação sobre carros e peças automotivas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem ter efeitos indiretos no Brasil. Embora o país não exporte veículos prontos para os EUA, especialistas apontam que o Brasil pode receber o excedente da produção de países como México, Coreia do Sul e Japão, que são os mais afetados pela medida. Apesar disso, não se espera mudanças significativas nos preços dos carros no mercado brasileiro, devido à demanda limitada e à concorrência de fabricantes, como os chineses, que buscam ampliar suas vendas no país.
Outro ponto de atenção é o possível impacto no setor de autopeças brasileiro, que exporta mais de US$ 300 milhões anuais para os EUA. Caso as taxas sejam estendidas a esse segmento, a indústria nacional pode enfrentar recessão, com riscos de desemprego e fechamento de empresas. Enquanto isso, os EUA devem sentir os primeiros efeitos na forma de inflação, com aumento nos preços de veículos e peças importadas, beneficiando apenas fabricantes locais, como a Tesla.
A medida de Trump já causou reações negativas no mercado global, com quedas nas ações de montadoras como Ford, GM e Volkswagen. Especialistas alertam que o cenário pode levar a uma recessão nos EUA, com reflexos em outros mercados. No Brasil, a maior oferta de veículos importados pode pressionar a indústria local, mas o equilíbrio comercial e a baixa demanda devem manter os preços estáveis no curto prazo.