A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem gerado impactos positivos para o Brasil, especialmente no setor agropecuário, segundo Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola. O Brasil tem se destacado como um fornecedor seguro de alimentos, beneficiado pela demanda crescente de países como a China, principal importador de soja no mundo. Pavinato apontou que a redução da dependência da China dos Estados Unidos para a importação de produtos como soja, milho e algodão coloca o Brasil em uma posição estratégica para atender a essa demanda crescente, especialmente com a possibilidade de suprir a totalidade da demanda chinesa por algodão.
O impacto da guerra comercial também é refletido no aumento dos prêmios pagos pela soja brasileira em relação ao preço de referência de Chicago, devido à tarifa de 10% aplicada pela China sobre a soja dos Estados Unidos. Pavinato destacou que o prêmio da soja brasileira tem potencial para subir, o que pode resultar em um aumento no valor pago pela produção nacional. Além disso, ele acredita que, apesar dos estoques elevados na China, os preços da soja e do milho no mercado global não devem cair drasticamente, já que a relação de estoque/consumo continua favorável para o Brasil.
No entanto, o CEO da SLC Agrícola também abordou os desafios impostos pelas políticas de Donald Trump, especialmente no que se refere ao algodão. As incertezas em relação à demanda global por produtos derivados do algodão, como as roupas, têm pressionado os preços da commodity. Mesmo assim, Pavinato acredita que o Brasil, com sua competitividade na produção, poderá tirar proveito das condições atuais do mercado e fortalecer sua posição no comércio internacional, especialmente no setor agropecuário.