Um esquema criminoso, liderado por um religioso, foi desmantelado pela Polícia Civil de Mato Grosso na operação Falso Profeta. O grupo utilizava uma distribuidora de bebidas e uma drogaria como empresas de fachada para lavar dinheiro obtido por meio de extorsão de comerciantes em Cuiabá e Várzea Grande. Essas empresas estavam registradas em nomes de pessoas humildes, como um funcionário de supermercado e uma mulher mãe de quatro filhos, que não tinham relação aparente com as transações financeiras realizadas. As investigações apontaram transações significativas entre essas empresas e o grupo, incluindo valores de até R$ 234 mil.
O esquema envolvia a imposição de taxas ilegais e a distribuição de água mineral, com comerciantes sendo obrigados a comprar exclusivamente de fornecedores ligados ao grupo criminoso. Inicialmente, a abordagem era amigável, mas logo se transformou em extorsão, com ameaças e controle econômico sobre os comerciantes. Além disso, os criminosos utilizavam um grupo de WhatsApp para monitorar os fornecedores de água, e parte dos lucros era transferida para outros membros da facção em Duque de Caxias (RJ).
No mesmo dia da operação Falso Profeta, o grupo também foi alvo da Operação Aqua Ilícita, coordenada pelo Gaeco, que cumpriu mandados em diversas cidades do estado, incluindo Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Sinop. O foco da operação foi desmantelar o controle do grupo sobre o mercado de água mineral e o aumento ilegal de preços aos consumidores. A ação resultou em 60 mandados de busca e apreensão, 12 mandados de prisão e o sequestro de bens, incluindo veículos e valores.