O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado menos importância às pesquisas de opinião pública, apesar de o governo federal contar com um contrato milionário com a Nexus, empresa do grupo FSB, para realizar levantamentos para o Executivo. O valor anual do contrato é de R$ 11,9 milhões, mas o pagamento depende da demanda do Planalto, o que tem levado a uma execução abaixo do limite previsto. Em 2023 e 2024, o governo utilizou apenas 58% e 67% dos valores contratados, respectivamente, com grande parte dos pagamentos realizados em anos subsequentes.
O contrato permite à Nexus realizar até 78.148 entrevistas presenciais e 72.000 telefônicas anualmente, abrangendo todo o território nacional. Em 2023 e 2024, a empresa executou 40 levantamentos, majoritariamente por telefone, mas sem a divulgação dos questionários utilizados. Estes são considerados documentos preparatórios, sendo acessíveis apenas ao final do mandato, conforme regulamentação da Lei de Acesso à Informação. A Secom, responsável pela gestão deste contrato, também explicou que as pesquisas são realizadas apenas quando solicitadas, refletindo uma baixa demanda por parte do governo.
A redução no uso dessas pesquisas tem sido associada à mudança de comando na Secom, com a troca de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira. Este, por sua vez, tem minimizado a importância das pesquisas neste momento, considerando-as pouco relevantes para as eleições ainda distantes. O governo de Lula, que busca reverter uma queda de popularidade, tem adotado medidas econômicas para injetar recursos na economia, o que reflete sua tentativa de recuperar a confiança da população. No entanto, as pesquisas revelam que a desaprovação de sua gestão segue elevada, com 40% da população avaliando seu governo como ruim ou péssimo.