O governo federal tem adotado medidas de estímulo à economia, mas essa estratégia entra em conflito com os objetivos do Banco Central e da equipe econômica, que buscam controlar a inflação e implementar uma política fiscal mais restritiva. De acordo com Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group, ao incentivar a demanda, mesmo que de forma pontual, o governo acaba prejudicando os esforços para conter a inflação e esfriar a economia, o que pode gerar um efeito contrário ao desejado.
Apesar das medidas populares, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda e o crédito consignado privado para trabalhadores, essas ações podem resultar em custos elevados para o governo. Garman alerta que essas iniciativas podem gerar um aumento da inflação, tanto pela estimulação da demanda quanto pela depreciação do câmbio, o que impacta diretamente os preços e o custo de vida. O governo estaria, assim, tentando estimular a economia de forma inconsistente, criando um cenário econômico instável.
Esse cenário atual, com altos índices de inflação e baixa popularidade do governo, tem semelhanças com o que aconteceu em 2024 em eleições presidenciais de outros países, onde o custo de vida foi um fator crucial nas reeleições. Embora algumas das políticas propostas possam ter apelo popular, elas implicam em riscos econômicos que podem prejudicar a imagem do governo, tornando a gestão fiscal ainda mais desafiadora.