O governo dos EUA revogou mais de 300 vistos de estudantes estrangeiros, incluindo participantes de protestos contra Israel em universidades americanas. O secretário de Estado afirmou que o visto é uma “concessão” e pode ser cancelado por diversas razões. Um caso emblemático envolveu uma estudante turca detida por agentes de imigração, acusada de supostos vínculos com o Hamas, embora nenhuma prova tenha sido apresentada. A medida tem base em uma lei da Guerra Fria que permite deportações por ameaças à política externa.
Os protestos nas universidades, que ganharam força após os ataques do Hamas em outubro de 2023, geraram debates sobre os limites da liberdade de expressão. Enquanto manifestações críticas à política israelense são protegidas pela Primeira Emenda, discursos antissemitas e ameaças violentas têm sido alvo de repressão. Dados mostram que 73% dos estudantes judeus relataram casos de antissemitismo, com mais de 1.300 incidentes registrados no último ano acadêmico.
A pressão do governo também atingiu as instituições de ensino. A Universidade Columbia, por exemplo, teve verbas federais suspensas e foi obrigada a adotar medidas como a proibição de máscaras em protestos e a redefinição de políticas contra o antissemitismo. Especialistas alertam que as detenções e sanções podem ser uma forma de intimidação, limitando o debate acadêmico sobre temas sensíveis, como o conflito em Gaza.