O governo federal pretende nomear um parlamentar do centrão para a liderança da Câmara dos Deputados, cargo atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE). Essa mudança visa criar um equilíbrio nas relações do governo com os parlamentares, especialmente após a indicação de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Secretaria de Relações Institucionais. A nomeação de Gleisi surpreendeu até mesmo alguns membros do PT, e a oposição considerou a decisão uma maneira de facilitar o trabalho contra o governo. Já o centrão enxerga a escolha como um sinal de distanciamento da frente ampla.
Entre os possíveis substitutos de Guimarães, destaca-se Isnaldo Bulhões (MDB-AL), atual líder do MDB na Câmara e aliado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A estratégia de trocar o PT por um nome mais alinhado ao centrão busca atender a uma demanda de maior articulação política, uma vez que o atual líder, Guimarães, tem se aproximado de figuras do centro, algo que gerou reservas dentro do governo. Outras opções cogitadas para o cargo incluem os deputados Antonio Brito (PSD-BA) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Além disso, a mudança na Secretaria de Relações Institucionais também provoca disputas internas no PT, com nomes sendo cogitados para o comando temporário da sigla até a realização de novas eleições em julho. A Executiva Nacional do PT deve se reunir para discutir esses assuntos, incluindo o impacto da saída de Gleisi, que tem sido uma figura-chave no partido desde 2017 e desempenhou um papel central na coordenação da campanha eleitoral de 2022.