A probabilidade de uma recessão na economia dos Estados Unidos nos próximos doze meses subiu para 35%, segundo o Goldman Sachs, quase o dobro da estimativa anterior de 20%. O aumento reflete o cenário de crescimento mais fraco, a queda na confiança de consumidores e empresas e a disposição do governo americano em tolerar impactos econômicos de curto prazo para avançar em suas políticas. O banco espera que novas tarifas comerciais, com média de 15%, sejam anunciadas esta semana, o que pode gerar retaliações de outros países e agravar a tensão global.
O Goldman Sachs também revisou suas projeções para a inflação nos EUA, elevando a expectativa para o índice PCE (medida preferida pelo Fed) para 3,5% no fim do ano, enquanto reduziu a previsão de crescimento do PIB para 1,0%. A desaceleração econômica deve levar a taxa de desemprego a 4,5% até dezembro. Diante desse cenário, o banco antecipa três cortes consecutivos na taxa de juros pelo Fed — em julho, setembro e novembro —, mantendo a taxa final entre 3,50% e 3,75%.
Apesar do Fed ter minimizado os riscos inflacionários até agora, o Goldman Sachs destaca que o aumento do desemprego pode se tornar um fator-chave para justificar os cortes de juros. As decisões comerciais dos próximos dias, portanto, devem influenciar não apenas o ritmo da economia americana, mas também as respostas do banco central diante de um cenário cada vez mais incerto.