O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), parabenizou o filme “Ainda Estou Aqui” pela conquista do Oscar de Melhor Filme Internacional. Em uma publicação nas redes sociais, ele destacou a importância da obra, que retrata de forma sensível os horrores da ditadura militar no Brasil, e enfatizou o simbolismo da personagem Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, como um ícone de resiliência. Mendes também ressaltou que a premiação chega em um momento significativo, quando o país comemora 40 anos da redemocratização, marcada pelo fim do regime militar em 1985.
O filme, que narra a história da transformação da família do ex-deputado Rubens Paiva após seu desaparecimento, foi indicado a várias categorias do Oscar. A obra coloca em foco a luta pela democracia, ao destacar as consequências dos abusos do regime militar para as famílias das vítimas. Mendes sublinhou que o filme serve como um lembrete da importância da luta contínua pela democracia. Além disso, o ministro ressaltou que a premiação acontece em um contexto de reflexão sobre a Lei da Anistia e as reparações dos crimes ocorridos durante a ditadura.
O STF tem abordado questões relacionadas a crimes do período militar, e recentemente reconheceu a repercussão geral de dois casos emblemáticos dessa época, um deles o desaparecimento de Rubens Paiva. Em breve, a Corte deve julgar se a Lei da Anistia se aplica aos crimes cometidos ou se é possível punir os responsáveis. As discussões sobre o legado da ditadura e as medidas de justiça continuam sendo um tema relevante no cenário jurídico e político do Brasil.