O atual cenário de tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, China, Canadá e México tem gerado grande apreensão no agronegócio brasileiro, setor crucial para a balança comercial do Brasil. A política protecionista do governo Trump e sua abordagem em relação ao comércio internacional indicam um possível impacto significativo para o Brasil, que vê os EUA como seu segundo maior parceiro comercial. A imposição de tarifas e a busca por acordos bilaterais, com foco na reciprocidade, podem afetar a competitividade do Brasil em mercados como os EUA, além de mexer com a dinâmica global do setor agropecuário.
Especialistas discutiram o impacto da política externa norte-americana no agronegócio brasileiro, destacando que, se a guerra comercial se restringir a países como Canadá, China, México e a União Europeia, o Brasil poderá encontrar oportunidades, especialmente em mercados como o chinês e mexicano. No entanto, um cenário de escalada tarifária ou grandes acordos mercantilistas poderá trazer desafios, como o aumento das tensões comerciais, o que poderia afetar produtos como etanol, trigo, carnes e grãos. A cautela é necessária, já que o Brasil se prepara para um possível jogo pesado com seus principais parceiros comerciais.
A geopolítica atual e o crescimento futuro da população mundial indicam um papel crescente do Brasil como fornecedor global de alimentos. Com a expectativa de aumento da demanda de alimentos nos países em desenvolvimento, o Brasil tem a capacidade de se tornar um grande fornecedor sustentável. A recomendação dos especialistas é que o Brasil busque diversificar seus mercados e produtos, enquanto mantém uma postura diplomática, dado o impacto do agronegócio na economia brasileira. A geopolítica convoca o país para uma posição estratégica como potência alimentar global.