A Fundação FHC respondeu às declarações da ex-presidente Dilma Rousseff sobre a memória da ditadura militar no Brasil, em que ela destacou a importância da Comissão da Verdade criada durante seu governo. Dilma ressaltou que a história de Rubens Paiva, retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, foi possível devido ao trabalho dessa comissão, criada em 2011. A ex-presidente mencionou com orgulho as contribuições de sua gestão para o reconhecimento dos crimes da ditadura, como a busca incessante da família Paiva por justiça.
Por outro lado, a Fundação FHC reconheceu a relevância da Comissão da Verdade, mas destacou que, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, já haviam sido tomadas medidas significativas para enfrentar as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante o regime militar. A fundação mencionou, entre essas ações, a criação da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos em 1995, além da emissão da certidão de óbito de Rubens Paiva, que reconheceu oficialmente o seu desaparecimento.
A Fundação FHC afirmou que, embora concorde com a importância das iniciativas para revelar as violências do passado, é fundamental reconhecer que o processo de enfrentamento dessas violações começou antes da criação da Comissão da Verdade. Em 2024, a certidão de óbito de Rubens Paiva passou a mencionar as circunstâncias violentas que levaram à sua morte, como resultado de uma decisão do CNJ. A Fundação enfatizou que a história não se constrói do zero e que diversos passos já haviam sido dados para lidar com as violações do período militar.