A líder de um partido de extrema direita na França pode ser impedida de concorrer a cargos públicos por cinco anos se for condenada em um julgamento que investiga o desvio de fundos do Parlamento Europeu. O caso, que envolve alegações de uso irregular de verbas para pagar funcionários do partido entre 2004 e 2016, será decidido nesta segunda-feira (31). A acusada classificou o processo como uma tentativa de “morte política” e alertou que uma eventual inelegibilidade afetaria milhões de eleitores que apoiam seu movimento.
O partido em questão, que já foi rejeitado três vezes nas eleições presidenciais, cresceu nos últimos anos e hoje é a maior força individual na Assembleia Nacional, com 123 assentos. Apesar do aumento de popularidade, a possível condenação levantou debates sobre o impacto na democracia francesa, com alguns políticos argumentando que a decisão pode ser vista como tendenciosa contra forças políticas em ascensão. Um ex-ministro do Interior, por exemplo, defendeu que a disputa deve ser resolvida nas urnas, não nos tribunais.
Caso seja condenada, a líder ainda poderá recorrer, mas um novo julgamento só ocorreria em 2026, a poucos meses das próximas eleições presidenciais. Em 2022, ela obteve seu melhor resultado histórico, com 41,5% dos votos no segundo turno, mas foi derrotada pelo atual presidente. O desfecho do caso pode definir não apenas o futuro político da acusada, mas também o cenário eleitoral francês nos próximos anos.