Um tribunal francês condenou nesta segunda-feira a líder de um partido de extrema-direita por desvio de fundos públicos, em um caso que pode impactar seu futuro político. A decisão também atingiu outros oito ex-membros do partido, todos antigos parlamentares europeus. Os réus enfrentam até dez anos de prisão e têm direito a recurso, mas a maior preocupação é a possível inelegibilidade imediata, o que impediria a líder de concorrer às eleições presidenciais de 2027.
O julgamento, que durou nove semanas no final de 2024, apontou que o partido operou um esquema para desviar recursos do Parlamento Europeu entre 2004 e 2016. Segundo a acusação, o dinheiro destinado a assistentes parlamentares foi usado para pagar funcionários do partido, violando as regras da União Europeia. A defesa argumentou que era aceitável adaptar o trabalho dos assistentes às necessidades dos parlamentares, incluindo tarefas políticas.
O caso representa um revés significativo para o partido, que tem ganhado apoio eleitoral nos últimos anos. Caso a inelegibilidade seja confirmada, um jovem protegido da líder, que assumiu a presidência do partido em 2021, pode se tornar seu sucessor natural. O veredito ainda pode ser contestado, mas a decisão já levanta debates sobre o impacto no cenário político francês.