As fraudes bancárias digitais e os golpes envolvendo cartões no Brasil alcançaram um valor recorde de R$ 10,1 bilhões em 2024, de acordo com a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban). Esse aumento é considerado um reflexo do avanço do crime organizado no ambiente digital, um fenômeno que, segundo a Polícia Federal, é irreversível. A corporação tem intensificado seus esforços para combater o “cangaço digital” e tem reestruturado suas estratégias de atuação para não apenas investigar casos individuais, mas identificar a origem dos crimes.
A Polícia Federal estabeleceu três eixos prioritários no combate às fraudes digitais. O primeiro é promover a integração entre o setor público e privado, além de fortalecer a colaboração entre as próprias instituições públicas. Outro ponto-chave é a descapitalização das organizações criminosas para interromper suas operações. Por fim, a cooperação internacional tem sido vista como essencial, já que as fraudes bancárias digitais transcendem fronteiras geográficas.
Recentemente, o Ministério da Justiça e a Febraban lançaram uma aliança nacional para enfrentar o problema das fraudes bancárias digitais. Em eventos sobre o tema, também foi discutida a necessidade de reforçar as medidas contra pessoas que facilitam operações ilícitas, como os chamados “laranjas”. Além disso, a responsabilização de instituições financeiras e de seus executivos foi levantada como uma forma de combater a negligência com a segurança das contas bancárias, que frequentemente facilitam a movimentação de recursos ilegais.