A ministra Maria Elizabeth Rocha, eleita presidente do Superior Tribunal Militar (STM), afirmou que as Forças Armadas foram utilizadas de forma indevida durante o governo anterior, o que comprometeu a credibilidade da instituição. Ela explicou que, ao assumir a Presidência, o ex-presidente não possuía uma base parlamentar forte o suficiente para nomeações, o que levou à escolha de militares de sua confiança para cargos de alto escalão. Segundo Rocha, essa situação gerou uma inversão de papéis, na qual a lógica deveria ser de que o poder civil comandasse as Forças Armadas, e não o contrário.
Em sua análise, a ministra reconheceu que, apesar da instrumentalização das Forças Armadas para fins políticos, alguns militares se beneficiaram significativamente da visibilidade e protagonismo adquiridos durante esse período. Contudo, ela ressaltou que tanto a Marinha, quanto o Exército e a Aeronáutica acabaram prejudicados, com sua credibilidade comprometida devido à gestão do governo anterior.
Rocha também se pronunciou sobre os atos de 8 de janeiro de 2023, defendendo que, embora algumas sentenças fossem excessivas, ainda é prematuro falar em anistia para os envolvidos. Ela observou que as discussões sobre o tema ainda estão em aberto, uma vez que os julgamentos não foram concluídos e, portanto, qualquer movimentação sobre anistia dependeria da decisão do Congresso Nacional e do presidente da República.