O transtorno do processamento auditivo (TPA) é uma condição neurológica que afeta a capacidade do cérebro de entender sons e palavras faladas. Pessoas diagnosticadas com o TPA, como uma jovem assistente administrativa de 25 anos, enfrentam dificuldades em ambientes ruidosos, tendo dificuldades para distinguir sons específicos ou focar em conversas, o que pode gerar picos de ansiedade. Em alguns casos, como o de Sophie, o diagnóstico veio após o uso excessivo de fones de ouvido com cancelamento de ruído, uma tecnologia que, embora benéfica para a proteção auditiva, pode interferir no desenvolvimento da capacidade de processamento sonoro, especialmente em jovens.
Especialistas apontam que o uso prolongado de fones de ouvido com cancelamento de ruído pode criar uma “realidade falsa”, onde o cérebro perde a capacidade de filtrar e processar sons cotidianos, afetando a habilidade de discriminar sons e reconhecer vozes em ambientes ruidosos. A prática de usar esses fones em excesso, como observado em muitos jovens, tem sido associada ao aumento de diagnósticos de TPA, especialmente em pessoas que, aparentemente, possuem audição normal. A relação entre essa tecnologia e o TPA ainda carece de mais estudos, já que muitos especialistas solicitam mais pesquisas sobre os impactos dessa prática no processamento auditivo, particularmente em crianças e adolescentes.
Apesar do crescente número de casos de TPA, o tratamento para a condição no Reino Unido ainda é limitado e exige longos períodos de espera. A busca por diagnóstico e tratamento é demorada, e o acesso a cuidados adequados, como terapia cognitiva e treinamento auditivo, ainda é restrito, principalmente para adultos fora do sistema educacional. Profissionais de saúde auditiva, como audiologistas e especialistas, recomendam que o tempo de uso de fones de ouvido seja reduzido e que alternativas, como o modo de transparência, sejam adotadas, a fim de minimizar os riscos para a saúde auditiva e o desenvolvimento cerebral a longo prazo.