O filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles, recria o Rio de Janeiro da década de 1970 com grande fidelidade, utilizando diversos pontos da cidade como cenários. Para dar vida à capital fluminense do passado, a produção adaptou locais atuais com elementos de época, como carros antigos, e também usou outras locações para representar espaços que não existem mais, como restaurantes e casas demolidas. A atenção aos detalhes históricos foi uma das chaves para o sucesso do filme, que recebeu três indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme Internacional.
Entre os locais que marcaram a narrativa, destacam-se a casa da família Paiva, que foi filmada em um imóvel na Urca. A casa de 1937 passou por adaptações para recriar a residência dos anos 1970, e, após o sucesso do filme, tornou-se um ponto turístico. Outros locais icônicos, como a Confeitaria Manon, no Centro do Rio, e o Colégio Sion, também aparecem na produção, trazendo elementos da cidade de forma autêntica e resgatando memórias dos tempos passados. A Confeitaria Manon, que mantém a decoração dos anos 40, foi especialmente escolhida para representar a tradicional lanchonete da história, substituindo um local que não existe mais.
Além disso, o filme aborda a violência da ditadura militar, com a inclusão de lugares como o Instituto Municipal Nise da Silveira, que representa a sede do DOI-CODI, e o busto de Rubens Paiva, um símbolo de resistência. O cuidado com a recriação de cenas históricas e a preservação de espaços de memória refletem o compromisso da produção com a reconstrução fiel de um período complexo da história do Brasil. Com isso, “Ainda estou aqui” não só narra uma história emocional, mas também oferece um retrato vívido e reflexivo do Rio de Janeiro dos anos 1970.