A decisão da Fifa de excluir o León, do México, do Super Mundial de Clubes por compartilhar dono com o Pachuca pode marcar o início de mudanças significativas no modelo de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). A regra, que impede times com o mesmo proprietário de disputarem a mesma competição, pode influenciar até a UEFA a revisar suas diretrizes, gerando um efeito cascata no futebol global. Especialistas alertam que clubes brasileiros, como Botafogo e Bahia — ligados a grupos que controlam times europeus — poderiam enfrentar restrições semelhantes, dependendo do nível de influência de seus acionistas.
Além do impacto esportivo, a questão levanta debates sobre fair play financeiro, já que a propriedade compartilhada permite transferências de jogadores entre clubes com valores manipuláveis, burlando regulamentações. Casos como o do Lyon, que tem usado transações com o Botafogo para contornar regras na França, ilustram os riscos. A Fifa está sob pressão para criar normas mais rígidas, incluindo limites de propriedade, transparência financeira e governança independente, a fim de preservar a integridade das competições.
Enquanto a entidade não define regras globais, ligas nacionais podem adotar medidas protetivas, como exigir transparência total nas estruturas de propriedade e criar órgãos de fiscalização independentes. A regulamentação tende a reduzir vantagens competitivas de redes de clubes, assim como ocorreu com a indústria de apostas no Brasil após a intervenção governamental. O cenário sugere um futuro com maior controle, equilibrando investimentos e fair play no futebol moderno.