O Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) está prestes a ser extinto antes do prazo previsto, devido ao atingimento de seu teto orçamentário de R$ 15 bilhões, o que acontece ainda neste mês. Criado para apoiar empresas do setor de turismo e eventos durante a pandemia de Covid-19, o programa deveria durar até 2026, mas a decisão de encerramento antecipado gerou críticas por parte da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), que considera a medida injusta e questiona a transparência das informações divulgadas pela Receita Federal e pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com a FBHA, a extinção do Perse não reflete a realidade do setor, que ainda enfrenta os efeitos econômicos da pandemia. A federação critica também a distribuição dos incentivos, que, segundo ela, favoreceu grandes empresas de tecnologia, como iFood e Airbnb, em vez de beneficiar aqueles que realmente precisavam do apoio. A inclusão de empresas fora do escopo original do programa teria contribuído para que o teto fosse atingido antes do previsto, prejudicando os estabelecimentos mais afetados.
Diante do cenário negativo, a FBHA está buscando apoio de sindicatos e parlamentares para pressionar o governo a manter o Perse até que todos os dados sejam devidamente analisados. A entidade defende que a interrupção precoce do programa pode causar danos irreversíveis ao setor de turismo e eventos, que é responsável por gerar um grande número de empregos no país. A FBHA também destaca a falta de cumprimento da Lei nº 14.859/2024, que exige a divulgação de relatórios detalhados sobre o uso dos recursos, e defende uma revisão cuidadosa na aplicação do programa antes de qualquer decisão final.