Por muito tempo, Vanessa Bell foi uma figura ofuscada pelo brilho de seus contemporâneos no Grupo Bloomsbury, coletivo de artistas e intelectuais que marcou o início do século XX. Enquanto nomes como Virginia Woolf e John Maynard Keynes ganhavam destaque na literatura e na economia, Bell, pintora talentosa e co-diretora das Oficinas Omega, ficou à sombra, muitas vezes reduzida a trabalhos de escala doméstica. Agora, uma grande exposição em Lewes, próxima à histórica casa de Charleston, reúne 136 de suas obras, a maior mostra já dedicada à artista, buscando reavaliar seu papel central no movimento.
A exposição não apenas celebra a produção artística de Bell, mas também questiona por que sua contribuição foi subestimada por décadas. Seus quadros, que mesclam cores vibrantes e formas modernistas, refletem a mesma ousadia estética associada ao Grupo Bloomsbury, mas sem o mesmo reconhecimento. A mostra oferece uma oportunidade para reavaliar seu legado, destacando como ela transformou espaços cotidianos em obras de arte, como fez na famosa casa de Charleston, onde paredes e móveis ganharam vida sob seu pincel.
Além de Bell, a exposição também chama atenção para outras figuras menos conhecidas do grupo, sugerindo uma revisão histórica mais ampla. O evento não apenas homenageia uma artista negligenciada, mas também convida o público a repensar como a história da arte é contada – e quem é deixado de fora dela. Com curadoria cuidadosa, a mostra promete reinscrever Vanessa Bell no lugar que merece: como uma das grandes vozes criativas de seu tempo.