Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), fez duras críticas às políticas tarifárias adotadas por Donald Trump, especialmente à afirmação de que os países exportadores seriam os principais afetados pelas tarifas. Segundo Azevêdo, esse discurso está errado, pois os custos adicionais decorrentes das tarifas serão repassados diretamente para o consumidor americano, e não para os países exportadores, como sugerido por Trump.
Azevêdo também abordou o comportamento estratégico de Trump, caracterizando-o como uma “irracionalidade de conveniência”. Ele afirmou que Trump tem plena consciência das consequências de suas ações, mas mantém uma narrativa que favorece seus interesses políticos. Azevêdo destacou que, em suas negociações com o ex-presidente dos EUA, a estratégia era sempre proporcionar a Trump uma “vitória” sem comprometer os interesses globais, demonstrando a complexidade de lidar com negociações diplomáticas em um cenário como o de Trump.
Por fim, o ex-diretor da OMC compartilhou sua experiência sobre a dinâmica de negociações com líderes como Trump, destacando o desafio de buscar soluções que equilibrassem os interesses de diferentes partes, sem ceder à pressão política ou econômica unilateral. Azevêdo ressaltou que sua abordagem visava, em última instância, evitar que a narrativa política de Trump prejudicasse o comércio global e as economias dos países envolvidos.