Eunice Pirkodi Caetano Moraes Tapuia, de 40 anos, fez história ao se tornar a primeira professora indígena concursada da Universidade Federal de Goiás (UFG). Desde maio de 2024, ela leciona sobre epistemologia indígena no curso de Licenciatura em Educação Intercultural, que foi criado para atender especificamente aos povos indígenas. A UFG, com mais de 490 estudantes indígenas matriculados, se tornou um espaço de valorização das culturas e saberes tradicionais, com o curso de Educação Intercultural sendo um importante passo na formação de professores indígenas.
A trajetória de Eunice é marcada por sua dedicação à educação e aos direitos indígenas, tendo começado sua atuação na Escola Indígena dos Tapuia, na Aldeia Carretão, em Goiás. Com mais de 20 anos de experiência, ela tem um extenso currículo acadêmico, incluindo formações e especializações na UFG, além de ser ativista e pesquisadora. Eunice também participa de diversas organizações e movimentos de mulheres indígenas e negras, e está envolvida em projetos que buscam fortalecer as culturas e línguas indígenas no Brasil.
O curso de Educação Intercultural da UFG, que atende estudantes de diversas etnias indígenas de diferentes estados, tem como objetivo proporcionar uma formação superior que respeite as diversas epistemologias e cosmovisões dos povos indígenas. Eunice destaca os desafios de ensinar em um ambiente de grande diversidade cultural, mas vê essa pluralidade como uma riqueza que contribui para a construção de um mundo mais inclusivo. A presença de Eunice na universidade é considerada uma importante conquista e um símbolo de transformação no ensino superior indígena.