O governo dos Estados Unidos está mantendo negociações diretas com o Hamas, em um movimento inusitado que rompe com a tradição de não dialogar com grupos considerados organizações terroristas. A Casa Branca e autoridades israelenses confirmaram que as conversas, que acontecem nas últimas semanas em Doha, capital do Catar, focam em questões de reféns e em um possível cessar-fogo na região de Gaza. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, explicou que o enviado especial dos EUA, Adam Boehler, tem a autoridade para se comunicar com qualquer interlocutor, sem fornecer detalhes sobre o conteúdo das discussões.
O presidente Donald Trump, por sua vez, fez uma postagem em suas redes sociais, emitindo um ultimato ao Hamas para que liberasse todos os reféns mantidos em Gaza e devolvesse os corpos das vítimas, caso contrário, ele alertou que as consequências seriam severas. Essa declaração provocou uma reação do Hamas, cujo porta-voz, Hazem Qassem, indicou que o tom agressivo de Trump poderia complicar o andamento das negociações e dificultar a implementação de um cessar-fogo.
As negociações dos EUA com o Hamas ocorrem em um contexto delicado, envolvendo uma série de interesses regionais e internacionais, com implicações significativas para o futuro do conflito em Gaza. Além das questões humanitárias, como a libertação de reféns, a pressão sobre os líderes da região continua a crescer, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos das conversas, que estão longe de ser resolvidas.