A decisão do governo dos Estados Unidos de suspender as operações da Chevron na Venezuela pode abrir novas oportunidades para os produtores de petróleo pesado brasileiros no mercado internacional. Com a interrupção das atividades da Chevron, que utilizava o petróleo venezuelano em sua refinaria de Pascagoula, no Mississippi, a gigante americana precisará buscar alternativas para garantir o fornecimento de petróleo pesado, um tipo que também é produzido no Brasil. O país pode se destacar devido à proximidade geográfica com os Estados Unidos e menores custos de transporte em comparação com outras regiões, como o Oriente Médio.
O Brasil, com sua produção de petróleo pesado, principalmente em campos offshore, é visto como um forte candidato para atender à demanda da Chevron. Segundo analistas, campos como Papa-Terra, Atlanta e Peregrino, operados por empresas como PRIO, Equinor e Brava Energia, podem ser alternativas viáveis, uma vez que possuem características semelhantes ao petróleo venezuelano. Além disso, a menor probabilidade de tarifas sobre o petróleo brasileiro em comparação com o mexicano pode favorecer o Brasil como fornecedor para os EUA.
Caso o Brasil consiga atender a parte da demanda da Chevron, isso pode beneficiar financeiramente as empresas brasileiras, como PRIO e Brava Energia, ao reduzir o desconto sobre o petróleo pesado, atualmente superior a US$ 10 por barril. Um aumento na demanda poderia gerar melhorias nas margens de lucro dessas empresas, refletindo positivamente nas suas ações. Se essa tendência se concretizar, o Brasil poderá consolidar sua posição como um fornecedor relevante no mercado internacional de petróleo pesado.