Um estudo publicado pela WRI Brasil analisou a evolução das áreas urbanas no país entre 1993 e 2020, revelando que o volume de imóveis cresceu mais rápido que a população. A pesquisa categorizou cidades conforme seu padrão de expansão: horizontal (espraiamento) ou vertical (compactação). Grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentaram intensa verticalização, mesmo com estagnação populacional, enquanto cidades médias e pequenas, como Campo Grande e Manaus, expandiram-se horizontalmente de forma dispersa.
O descompasso entre o crescimento construído e o demográfico pode estar ligado à financeirização do espaço urbano, com imóveis vazios destinados à especulação imobiliária. Cidades compactas, embora mais eficientes em mobilidade e consumo de energia, também concentram desafios, como a ocupação desproporcional de áreas sem aumento populacional. Os pesquisadores destacam a necessidade de políticas urbanas que equilibrem acesso a moradia, serviços e sustentabilidade.
A pesquisa serve como base para entender as dinâmicas urbanas e seus impactos ambientais, incluindo emissões de gases de efeito estufa. Segundo os especialistas, a forma como as cidades se expandem influencia diretamente a mitigação e adaptação climática. O estudo reforça a urgência de planejamento urbano que priorize eficiência, reduzindo desperdício de recursos e danos ao meio ambiente.