Um estudo recentemente encomendado pela ONU revelou que, ao longo de mais de 50 anos, a crise da meia-idade, característica das sociedades ocidentais, tem sido associada a um período de insatisfação crescente, especialmente entre os 40 e 50 anos. A crise tradicional é frequentemente marcada por decisões impulsivas e a busca por mudanças radicais, como a compra de carros caros, como formas de lidar com o que se considera o pico da infelicidade.
No entanto, o estudo, conduzido pelos acadêmicos Jean Twenge e David Blanchflower, aponta uma mudança significativa nesse padrão. A pesquisa, que abrangeu seis países de língua inglesa (Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia), observou uma crise de saúde mental crescente entre os jovens, o que tem alterado a dinâmica da felicidade ao longo da vida. Os dados sugerem que, ao contrário da teoria tradicional, a felicidade tende a aumentar à medida que a pessoa envelhece.
Os especialistas apontam que o aumento das taxas de insatisfação entre os jovens está impactando diretamente o padrão de bem-estar geral nas sociedades modernas. A crise de saúde mental, especialmente entre as gerações mais novas, tem superado as dificuldades típicas associadas à meia-idade, o que resulta em uma reconfiguração das expectativas sobre o que significa envelhecer com felicidade.