O escritor e poeta Affonso Romano de SantAnna faleceu nesta terça-feira (4), no Rio de Janeiro, após uma luta de oito anos contra a doença de Alzheimer. Nascido em Belo Horizonte, ele deixou um legado de mais de 60 obras, ao longo de seis décadas de intensa produção literária, sendo reconhecido principalmente por sua poesia. Além de autor, Affonso atuou como professor e crítico literário, e foi diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio. Sua contribuição ao campo literário também inclui a criação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura, implantado durante sua presidência na Biblioteca Nacional nos anos 1990.
Formado em Letras Neolatinas, Affonso também se destacou pelo estudo da obra de Carlos Drummond de Andrade, autor com quem manteve uma amizade. A poesia, para ele, era a essência da vida e um alimento cotidiano para todos, ainda que inconscientemente. Em suas palavras, o escritor não apenas tinha ideias, mas as materializava por meio das frases, o que gerava um conteúdo a ser explorado em profundidade.
Sua morte ocorreu pouco mais de um mês após a perda de sua esposa, a escritora Marina Colasanti. A perda de ambos, figuras emblemáticas da literatura brasileira, comoveu o meio cultural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do autor e prestou solidariedade aos familiares. A Academia Brasileira de Letras também fez uma homenagem ao autor de obras marcantes, como o poema “Que País é Este?”.