O empréstimo consignado para trabalhadores CLT, lançado pelo governo federal, já liberou mais de R$ 1 bilhão em 193 mil contratos, com taxas de juros a partir de 1,6% ao mês. O programa, operado pela Caixa Econômica Federal, tem como objetivo oferecer crédito acessível, mas especialistas alertam para a necessidade de comparar as condições com outras modalidades antes de contratar. Apesar das taxas serem menores que empréstimos pessoais ou cartão de crédito, a multiplicação desses juros ao ano pode chegar a 36%, o que levanta questionamentos sobre o custo-benefício para o trabalhador.
Um economista entrevistado critica o uso do FGTS como garantia, argumentando que o valor já pertence ao trabalhador e poderia ser acessado sem intermediários. Ele destaca que, em um empréstimo de R$ 4 mil, o custo total pode alcançar R$ 15 mil, o que pode agravar problemas financeiros. Outro especialista, no entanto, vê vantagem na troca de dívidas mais caras por essa linha de crédito, desde que haja planejamento orçamentário para lidar com os descontos na folha de pagamento.
O empréstimo está disponível para trabalhadores formais, rurais, domésticos e MEIs, com margem consignável de até 35% do salário. O processo é digital, feito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, e as parcelas são descontadas diretamente no salário. Em caso de demissão, o saldo devedor é quitado com recursos do FGTS e multa rescisória, dentro dos limites legais. A análise cuidadosa das condições e do propósito do crédito é essencial para evitar endividamento excessivo.