O dólar teve um dia volátil nesta sexta-feira (28), atingindo um pico de R$ 5,7820 no fim da manhã, mas recuando para R$ 5,7618 no fechamento, com alta de 0,15%. Ao longo da semana, a moeda norte-americana valorizou 0,77% frente ao real, mas ainda acumula uma queda de 2,61% em março. O movimento foi influenciado pela aversão ao risco em mercados emergentes, especialmente na América Latina, devido às incertezas sobre as tarifas comerciais prometidas pelo governo dos EUA e aos temores de desaceleração econômica combinada com inflação persistente.
O real encontrou certa sustentação na expectativa de manutenção da taxa Selic em patamares elevados, além dos dados positivos do Caged, que mostraram a criação de 431.995 empregos em fevereiro, acima das projeções. No exterior, o dólar enfraqueceu levemente frente a outras moedas fortes, com o índice DXY recuando cerca de 0,30%. Enquanto isso, os títulos do Tesouro americano caíram mais de 2%, refletindo o cenário de cautela dos investidores.
O relatório de inflação PCE, preferido pelo Federal Reserve, veio em linha com as expectativas, mas o núcleo do indicador subiu mais do que o previsto. Além disso, as expectativas de inflação nos EUA, medidas pela Universidade de Michigan, atingiram o maior nível desde 2022, enquanto o sentimento do consumidor registrou queda acentuada, reforçando os receios sobre a saúde da economia americana.