O dólar registrou alta frente ao real nesta quinta-feira, influenciado por expectativas sobre dados econômicos locais e a política tarifária dos EUA, embora a desvalorização da moeda americana no exterior tenha limitado os ajustes. A proximidade do fim do mês também deve aumentar a volatilidade no mercado de câmbio devido à rolagem de contratos futuros. Nos EUA, o PIB do quarto trimestre cresceu 2,4% em termos anualizados, alinhado com as projeções, enquanto investidores acompanham as decisões do governo sobre tarifas de importação, incluindo uma sobretaxa de 25% a veículos estrangeiros.
No Brasil, o IPCA-15 desacelerou para 0,64% em março, ficando abaixo da expectativa de 0,68%, com acumulado de 1,99% no ano e 5,26% em 12 meses. O Banco Central projetou que a inflação só convergirá para o centro da meta de 3% a partir do terceiro trimestre de 2027, sinalizando que a taxa Selic deve permanecer elevada por um longo período, o que pode sustentar o interesse no carry trade e conter a valorização do dólar. A coletiva do BC sobre o Relatório de Política Monetária deve trazer mais orientações sobre o ciclo de juros.
O governo central registrou déficit primário de R$ 31,6 bilhões em fevereiro, mas acumula superávit de R$ 53,1 bilhões no primeiro bimestre de 2024. Enquanto isso, a Anfavea avalia que a sobretaxa americana a carros importados terá impacto limitado no Brasil, já que as montadoras locais exportam principalmente peças, não veículos completos. O mercado aguarda as tarifas recíprocas dos EUA, que, segundo declarações recentes, serão menores que as impostas por outros países.