No programa O Grande Debate, José Eduardo Cardozo e Ana Amélia Lemos discutiram a relação diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, focando em possíveis dificuldades causadas pela postura de Donald Trump. Cardozo destacou a estratégia de Trump de radicalizar as negociações, usando seu poder para pressionar até aliados, similar ao comportamento que demonstrou em sua carreira empresarial. Segundo ele, o presidente americano busca fortalecer a extrema direita global, o que reflete diretamente em suas atitudes diplomáticas.
Por outro lado, Ana Amélia Lemos ressaltou o caráter personalista de Trump e a relevância da diplomacia presidencial. Ela mencionou a falta de um contato direto entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e Trump, contrastando com as interações de outros líderes, como o presidente do México, que já conversou diretamente com o presidente americano. A jornalista observou que a diplomacia de Trump tende a ser volúvel e pode mudar de acordo com os interesses econômicos e geopolíticos, como no caso das tarifas comerciais.
Além disso, foi citado que o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, estabeleceu comunicações com representantes de mais de 50 países, mas não incluiu o Brasil em sua lista de contatos. Em janeiro, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviou uma carta formal cumprimentando Rubio, mas não houve interação direta entre os dois. O cenário sugere que, embora o Brasil busque estreitar laços diplomáticos, há desafios relacionados ao comportamento imprevisível e ao foco estratégico de Trump nas suas relações internacionais.