O desmatamento na Amazônia tem gerado mudanças significativas no regime climático da região, com impactos diretos sobre as chuvas. Um estudo publicado na revista Nature aponta que, enquanto a estação chuvosa (de dezembro a fevereiro) sofre com o aumento das precipitações em áreas desmatadas, a estação seca (de julho a agosto) é marcada pela redução das chuvas nessas regiões. A pesquisa utilizou dados de simulações climáticas, imagens de satélite e registros meteorológicos da Amazônia entre 2000 e 2020, mostrando que a perda de floresta afeta diretamente os serviços ambientais essenciais, como o ciclo global do carbono e a biodiversidade.
A pesquisa revelou que, na estação úmida, o desmatamento intensifica o transporte de umidade atmosférica para as áreas desmatadas, resultando em mais chuvas nessas regiões, enquanto as áreas preservadas recebem menos precipitação. Já na estação seca, a redução da evapotranspiração nas áreas desmatadas contribui para a diminuição das chuvas. Além disso, o estudo aponta que esses efeitos são agravados por mudanças atmosféricas e oceânicas, que ocorrem em resposta ao desmatamento e alteram ainda mais o clima da região.
Dada a importância da Amazônia na regulação climática, o estudo reforça a necessidade de proteger a floresta remanescente e restaurar as terras degradadas. A gestão florestal responsável, incluindo a reflorestação e o controle da expansão agrícola em áreas críticas, é essencial para mitigar os efeitos do desmatamento e proteger os serviços ambientais que sustentam o equilíbrio climático regional e global.