A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro de 2025 foi marcada pela celebração das raízes africanas no Brasil, com quatro escolas levando para a Sapucaí enredos que exaltaram essas conexões culturais. Unidos de Padre Miguel destacou a história de Francisca da Silva, a Iyá Nassô, mãe de santo que ajudou a fundar o primeiro candomblé do Brasil. O desfile da escola também contou com um imponente abre-alas em forma de boi, símbolo da agremiação. A Imperatriz Leopoldinense, por sua vez, trouxe para a avenida o itan de Oxalá, um mito afro-brasileiro sobre humanidade e sabedoria, com um carro alegórico que simbolizou a purificação do orixá.
Viradouro, atual campeã do carnaval, apresentou um enredo sobre o Quilombo do Catucá, liderado por Malunguinho, e resgatou histórias pouco conhecidas da cultura afro-brasileira. A comissão de frente da escola foi um grande destaque, trazendo elementos de magia e espiritualidade. A Mangueira, por sua vez, abordou como a cultura do povo banto moldou a identidade carioca, também refletindo sobre a violência urbana e as dificuldades enfrentadas pelas comunidades. A escola trouxe um carro alegórico que representou os zungus, espaços de resistência do povo negro, com a presença de Leci Brandão.
A noite foi uma celebração vibrante da herança africana e das tradições que continuam a influenciar a cultura carioca, com momentos de emoção e alegria compartilhados por todos os presentes. As escolas do Grupo Especial conseguiram, assim, resgatar e divulgar importantes narrativas afro-brasileiras, destacando a riqueza cultural do Brasil e as diversas formas de resistência e identidade que permeiam a sociedade.