No primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, as escolas de samba brilharam com enredos que exaltaram as culturas afro-brasileiras, com destaque para as religiões de matriz africana e afro-indígena. A Unidos de Padre Miguel abriu as apresentações com uma homenagem a Iyá Nassô, uma das fundadoras do Candomblé da Barroquinha, destacando a importância das mulheres negras e suas contribuições para a formação das tradições religiosas. O desfile contou com elementos marcantes, como o Boi Vermelho, representando a força da comunidade de Vila Vintém.
A Imperatriz Leopoldinense e a Unidos do Viradouro seguiram com enredos baseados em mitos e lendas da cultura iorubá, destacando o poder de Oxalá e a resistência quilombola. A Viradouro, com um enredo sobre o líder Malunguinho, trouxe uma homenagem ao líder quilombola, enquanto a Imperatriz focou na cerimônia das águas de Oxalá. A energia dos desfiles foi intensificada pelo uso de carros alegóricos com efeitos de luz, água, fogo e fumaça, elementos que trouxeram ainda mais misticismo e imponência às apresentações.
A Estação Primeira de Mangueira, última a se apresentar, celebrou a cultura bantu, exaltando a luta e persistência dos povos africanos no Brasil. O enredo, que simboliza a conexão entre os continentes africano e americano, abordou temas de dor e transformação, enfatizando a busca por justiça social. Com o uso de sonoridades de passinho, samba e funk, Mangueira trouxe uma mensagem poderosa sobre a identidade e história do povo brasileiro. O dia de desfiles, que seguiu o novo formato de apresentações, terminou com grande êxito, destacando a relevância cultural e histórica das escolas do Grupo Especial.