Uma laje de rocha exposta em uma escola de ensino médio em Biloela, Austrália, guardava há 20 anos um importante registro do Jurássico Inicial. Com 1,5 metro de comprimento e cerca de 200 milhões de anos, a rocha era conhecida por abrigar pegadas de dinossauros, mas a sua real importância só foi compreendida recentemente. Um estudo revelou que a superfície da rocha contém 66 pegadas fossilizadas de 47 dinossauros de uma icnoespécie chamada Anomoepus scambu, representando uma das maiores concentrações de pegadas de dinossauros já documentadas no país.
As pegadas encontradas fornecem um panorama raro sobre o comportamento dos dinossauros durante um período em que nenhum osso fossilizado havia sido encontrado na Austrália. As impressões mostram os dinossauros caminhando em duas direções diferentes, possivelmente cruzando um rio, o que sugere a existência de um ecossistema diversificado na época. Através de avançadas imagens 3D, os pesquisadores conseguiram identificar detalhes como o tamanho e a direção dos animais que deixaram as pegadas, além de classificar as trilhas em sequências e pegadas isoladas.
Além da descoberta principal, o estudo identificou outros fósseis em locais inesperados, como uma rocha usada como marcador de estacionamento em uma mina, que também contava com pegadas de dinossauros. Os pesquisadores afirmam que a rocha da escola, retirada de uma mina a céu aberto, provavelmente escondia muitos outros fósseis, que poderiam ser descobertos se avistados a tempo. Esta descoberta amplia o entendimento sobre a fauna do Jurássico Inicial e a distribuição global dos dinossauros dessa época.