No Brasil, desastres climáticos têm se intensificado, afetando milhares de pessoas e modificando o cotidiano de diversas comunidades. Em 2024, enchentes devastaram o Rio Grande do Sul, deixando centenas de famílias desabrigadas e causando grandes prejuízos. Um dos casos retratados é o de Luiz Antônio Ceccon, que perdeu sua casa, seus animais e seu trabalho após as águas do Rio Jacuí invadirem a Ilha da Pintada. A região de Tumbira, no Amazonas, também sofreu com uma seca histórica, prejudicando as 140 famílias que dependem do turismo, e os efeitos da estiagem se estenderam por meses, com sérios impactos na saúde pública e no meio ambiente.
Estudos apontam que, ao longo das últimas três décadas, o Brasil enfrentou um aumento significativo de desastres naturais, como inundações, secas e incêndios florestais, correlacionados ao aumento das temperaturas globais. A pesquisa do Instituto do Mar da Unifesp revela que, a cada aumento de 0,1°C na temperatura média global, o número de desastres climáticos no Brasil cresce consideravelmente, com um prejuízo econômico estimado de bilhões de reais. O impacto social desses eventos é vasto, afetando milhões de pessoas, muitas das quais sofrem com perdas materiais e emocionais profundas, especialmente em áreas mais vulneráveis.
Além dos prejuízos financeiros, os desastres climáticos têm gerado sérios danos à saúde mental da população. Um estudo revelou que mais da metade da população brasileira sente medo diante de previsões de chuvas fortes, refletindo o trauma causado pelas perdas materiais e a insegurança gerada por eventos climáticos extremos. Esses desastres têm afetado a saúde mental das vítimas, com perdas que não podem ser mensuradas apenas em termos financeiros, mas também no valor afetivo das casas e bens perdidos. O estudo também aponta que os impactos dessas tragédias têm se tornado cada vez mais frequentes e abrangentes, o que exige uma reflexão sobre o futuro e a necessidade de políticas públicas eficazes de prevenção.