Durante o carnaval de 2025, catadores de materiais recicláveis desempenharam papel crucial na limpeza do Bairro do Recife, recolhendo cerca de 26 toneladas de resíduos. Embora o trabalho tenha sido essencial para manter a ordem nas ruas durante a folia, muitos catadores enfrentaram dificuldades relacionadas ao valor pago pelos materiais, especialmente o alumínio. O preço pago pelo quilo de alumínio variou entre R$ 7,50 e R$ 8,50, com alguns catadores alegando que outros pontos de venda ofereciam valores melhores. Isso gerou descontentamento, com muitos preferindo não se cadastrar nos programas da prefeitura e optando por vender em locais alternativos.
Além das questões financeiras, o uso de equipamentos de proteção individual foi outro ponto de crítica. A prefeitura distribuiu luvas de plástico, consideradas inadequadas para o manuseio de materiais como o alumínio, o que gerou desconforto entre os trabalhadores. Muitos optaram por não usar as luvas ou preferiram alternativas mais resistentes. A gestão da reciclagem também enfrentou dificuldades logísticas, não conseguindo fornecer luvas de maior qualidade para todos os catadores cadastrados, devido ao orçamento limitado.
A prefeitura, por sua vez, respondeu afirmando que respeita e reconhece a importância dos catadores na cadeia produtiva do carnaval. A administração também destacou as ações implementadas para apoiar esses trabalhadores, como a criação da Casa Recife Carnaval, fornecimento de alimentação, dormitório e kits de segurança. Além disso, a prefeitura enfatizou que as condições de trabalho nos pontos de comercialização foram organizadas de maneira a garantir um ambiente digno e seguro, embora a falta de recursos tenha limitado a distribuição de equipamentos adequados para todos os envolvidos.