Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), tem enfrentado críticas internas em relação ao desempenho da instituição sob sua gestão. A NDB, conhecida como o banco dos Brics, está com atraso nas metas de concessão de crédito e outras operações estratégicas, de acordo com documentos internos. Relatórios indicam que o banco não atingiu as metas estabelecidas para o período de 2022-2026, com metas de operações não soberanas, cofinanciamento de projetos e concessão de crédito significativamente abaixo do previsto. Além disso, a publicação dos relatórios anuais de 2023 e 2024 foi omitida, o que gerou preocupações sobre a transparência da gestão.
Outro ponto destacado foram as questões relacionadas à alta rotatividade de funcionários, que chega a 15,5%, três vezes superior à média dos bancos multilaterais. Desde a chegada de Dilma à presidência, uma quantidade significativa de funcionários, principalmente brasileiros, deixou a instituição. Relatos anônimos de ex-funcionários mencionaram comportamentos que seriam considerados abusivos por parte da liderança, como gritos e desrespeito com a carga horária de trabalho. A gestão de Dilma também teria enfrentado dificuldades relacionadas ao contexto geopolítico e à presença da Rússia no banco, afetando sua competitividade e funcionamento.
A assessoria de imprensa do NDB, no entanto, negou as alegações de assédio moral e afirmou que as metas de longo prazo ainda estão em andamento, justificando que os resultados podem ser avaliados ao final do ciclo de cinco anos. A gestão de Dilma também é defendida por parte da assessoria, que destaca a recuperação financeira do banco, com um balanço positivo esperado para 2024. No âmbito político, a Rússia tem apoiado a continuidade de Dilma à frente da instituição, reforçando as discussões sobre a criação de uma moeda comum e a redução da dependência do dólar no comércio entre os países do Brics.