O projeto Mais pelo Jornalismo (MPJ) revelou que, desde 2014, o Brasil perdeu 2.352 mídias jornalísticas, enquanto surgiram 10.795 novos veículos de comunicação. A extinção de mais de 13 mil veículos, incluindo jornais, rádios, TVs e portais, reflete a crise do setor, especialmente após a pandemia de covid-19. Apesar da leve recuperação nos últimos anos, o déficit ainda é significativo, com um impacto negativo evidente em mídias de grande porte, que foram descontinuadas pela transformação digital e pela mudança no consumo de notícias pela população.
A migração de jornalistas para plataformas digitais é apontada como um fator importante nesse cenário de transição. Muitos profissionais abandonaram veículos tradicionais para trabalhar em mídias digitais, impulsionados pela flexibilidade da internet e pela mudança nas fontes de financiamento, com o apoio publicitário migrando para o digital. Embora isso tenha levado ao fortalecimento de blogs, sites e novas plataformas, também causou dificuldades para a manutenção financeira de pequenos veículos, que sobrevivem com apoio de fundações e campanhas de financiamento coletivo.
Apesar dos desafios, surgiram novos modelos de mídia e formas alternativas de financiamento, como as rádios comunitárias e o jornalismo local. Entretanto, a difusão da desinformação e as mudanças no consumo de notícias continuam a ser obstáculos para a qualidade do jornalismo no Brasil. A sobrevivência de pequenos veículos depende da adaptação ao digital e da inovação nos modelos de negócios, com o apoio de iniciativas que incentivem o financiamento e a sustentabilidade dessas mídias.