A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado seja realizado no plenário da Corte, composto por 11 ministros, ao invés da Primeira Turma, formada por cinco ministros. Para os advogados, a gravidade do caso e o fato de envolver um ex-presidente justificam que a análise seja feita no tribunal pleno, conforme previsto pela Constituição. A defesa também criticou a limitação no acesso às provas do inquérito, alegando que a restrição comprometeu a análise das evidências.
Além disso, os advogados apontaram irregularidades na atuação do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ao alegarem que suas ações extrapolaram o papel de magistrado, principalmente por determinar diligências e investigações sem a atuação do Ministério Público. A defesa também pediu a anulação de atos realizados a partir da análise dos dados de um celular, alegando violação de direitos processuais e pedindo que as provas e decisões subsequentes sejam desconsideradas.
Por fim, a defesa negou as acusações de envolvimento do ex-presidente em qualquer tentativa de golpe, argumentando que não há provas concretas ligando Bolsonaro aos atos investigados, incluindo a invasão dos Três Poderes em janeiro de 2023. A defesa sustenta que não houve violência ou grave ameaça que impedisse o funcionamento dos poderes e que, caso as ações de Bolsonaro sejam alvo de críticas políticas, elas não podem ser confundidas com crimes. O caso aguarda decisão do relator antes de ser encaminhado para julgamento.