Uma vistoria realizada pela Defensoria Pública de Alagoas na Maternidade Santa Mônica, maior unidade de alto risco do estado, revelou condições precárias de atendimento às gestantes. Durante a inspeção, constatou-se que os 40 leitos estavam ocupados, com grávidas de alto risco sendo acomodadas em corredores, macas e poltronas. Além disso, uma sala abrigava mães e recém-nascidos sem ventilação adequada devido a um ar-condicionado quebrado, conforme denúncias recebidas pela Defensoria.
A presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, que também atua na maternidade, alertou sobre os riscos à vida das pacientes, destacando a falta de estrutura para atender casos graves, como gestantes com diabetes, hipertensão e partos prematuros. Ela afirmou que não há espaço para novas internações nem possibilidade de transferência para outros hospitais, já que a unidade é referência em casos complexos. A direção da Santa Mônica reconheceu a superlotação, atribuindo-a ao aumento de demandas da capital e do interior, mas garantiu que todas as gestantes recebem atendimento, conforme a política de “vaga zero”.
A administração da maternidade informou que as pacientes que estavam nos corredores foram realocadas para enfermarias e que o ar-condicionado foi reparado. Sobre a falta de profissionais, a Uncisal comunicou à Secretaria de Saúde a necessidade de novas contratações. A situação expõe desafios na rede pública de saúde, especialmente no atendimento a gestantes de alto risco, mesmo em unidades referência.