Cubatão, uma cidade brasileira que já foi considerada a mais poluída do mundo pela ONU, passou por uma significativa transformação ambiental ao longo das últimas décadas. A cidade, que viveu um surto industrial a partir do século 20, enfrentou sérias consequências para a saúde pública, com altos índices de doenças respiratórias e deformidades graves. A situação chegou a um ponto crítico com o incêndio na Vila Socó, em 1984, que resultou na morte de 93 pessoas, impulsionando uma série de mudanças e ações para reverter o quadro de poluição.
Após o desastre, um movimento conjunto entre indústrias, governo e comunidade foi iniciado, culminando em um programa de recuperação ambiental coordenado pelo então governador André Franco Montoro. Investimentos em filtros para reduzir a emissão de poluentes, melhorias no tratamento de resíduos e o reflorestamento da Mata Atlântica foram algumas das medidas adotadas. Esses esforços levaram Cubatão a controlar 98% da poluição do ar e a ser reconhecida pela ONU em 1992 como um símbolo de recuperação ambiental.
Atualmente, Cubatão continua a enfrentar desafios devido à presença de um grande parque industrial, com 24 empresas, que ainda impacta a qualidade do ar. Contudo, a cidade investe em ecoturismo, com atrações como o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Caminhos do Mar, além de melhorias em infraestrutura urbana e serviços públicos. Cubatão se reinventa, buscando equilibrar o desenvolvimento industrial com a preservação ambiental e a qualidade de vida para seus habitantes.