O artigo de 7 de março, que discute a crise enfrentada pela indústria de TV no Reino Unido, trouxe à tona uma situação delicada: executivos seniores da área, após a queda salarial, estão assumindo empregos em supermercados, pubs e outros setores de menor remuneração. No entanto, a crítica central do texto não está na situação em si, mas na forma como a reportagem sugere uma comparação entre as funções que esses profissionais desempenhavam anteriormente e as novas ocupações que assumem. A implicação de que esses novos trabalhos são “menores” gerou um desconforto entre os envolvidos.
Embora a crise econômica da indústria criativa seja real, com uma queda significativa nos salários dos executivos de TV, a comparação feita na introdução do artigo entre os antigos cargos de liderança e as novas funções em setores como o de varejo e hospitalidade foi considerada desnecessária. A ideia de que esses novos empregos são de alguma forma inferiores soa como uma crítica vazia, sem levar em consideração o impacto econômico que tem afetado essas profissões, além de não refletir a complexidade da situação.
A crítica é voltada não apenas para a forma como o jornal apresentou a situação, mas também para o tom que sugere que os empregos em supermercados ou pubs são de uma classe inferior. Ao focar nessa comparação, o artigo não aborda com a devida profundidade a realidade econômica que tem forçado muitos profissionais da indústria criativa a reconfigurarem suas carreiras, uma situação que vai além de uma simples mudança de função.