Em fevereiro, o crescimento do emprego nos Estados Unidos foi mais modesto do que o esperado, com a criação de 151 mil vagas fora do setor agrícola, abaixo das estimativas de 170 mil. O número de vagas criadas em janeiro também foi revisado para baixo, com uma revisão de 143 mil para 125 mil postos. A taxa de desemprego subiu ligeiramente para 4,1%, mas os dados indicam uma estabilidade no mercado de trabalho, embora a participação na força de trabalho tenha diminuído para 62,4%, o menor nível desde janeiro de 2023. A medida mais ampla de desemprego, que inclui trabalhadores desalentados e ocupações de meio período, também apresentou aumento.
O setor de saúde foi o principal responsável pela criação de vagas, com a adição de 52 mil postos de trabalho, seguido por setores como finanças, transporte e assistência social. Em relação aos salários, o ganho médio por hora subiu 0,3%, mas o crescimento anual de 4% ficou abaixo das projeções. A redução no emprego público, em função das políticas do Departamento de Eficiência Governamental, criado durante o governo de Donald Trump, também teve reflexos nos dados, com 10 mil postos de trabalho a menos no setor federal.
Apesar da desaceleração na criação de empregos, a perspectiva dos investidores é que uma possível desaceleração econômica possa permitir uma redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Contudo, economistas como Guilherme Sousa avaliam que o cenário não é suficiente para alterar a postura cautelosa do banco central, que deve manter a taxa de juros inalterada nas próximas reuniões. O impacto das políticas de redução da força de trabalho federal, lideradas por Elon Musk, deverá ser mais sentido nos próximos meses, embora os efeitos iniciais já sejam visíveis.