A ansiedade e a depressão são as principais causas de afastamento do trabalho relacionadas à saúde mental no Brasil, com mais de 470 mil casos registrados em 2024. O Rio Grande do Norte se destaca com 8.043 afastamentos, sendo mais de 2.500 por ansiedade e 1.500 por depressão. Os dados, fornecidos pelo Ministério da Previdência Social, revelam que o Brasil atingiu o maior número de afastamentos nos últimos dez anos, com um aumento de 68% em relação a 2023. O estado ocupa a quarta posição no Nordeste, atrás da Bahia, Ceará e Pernambuco.
A crise de saúde mental no país é atribuída a fatores multifatoriais, como os impactos da pandemia, a insegurança financeira e o aumento da informalidade no mercado de trabalho. A pandemia, que causou mais de 700 mil mortes no Brasil, gerou um estresse emocional prolongado, exacerbou a insegurança financeira e resultou em mudanças sociais profundas, como o aumento das separações. Além disso, a inflação dos alimentos, que subiu 55% entre 2020 e 2024, também tem afetado diretamente o bem-estar da população.
Em resposta a esse aumento nos afastamentos, o governo federal implementou medidas mais rigorosas para garantir condições de saúde no ambiente de trabalho. A atualização da NR-1, norma que regula a saúde no trabalho, agora prevê fiscalização mais intensa e até multas para empresas que não adotarem práticas adequadas. A situação reflete um momento de transição difícil, em que a sociedade tenta se recuperar de um período de incertezas, mas enfrenta novas realidades que afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores.