O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o consumo das famílias registrou uma queda de 1% no quarto trimestre de 2024, em comparação ao trimestre anterior. Este resultado marca o primeiro recuo desde o segundo trimestre de 2021, quando a queda foi de 1,4%. A desaceleração econômica é refletida principalmente na diminuição da Despesa de Consumo das Famílias, que apresentou variação negativa de -1%. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) teve um crescimento modesto de 0,2% no quarto trimestre, abaixo das expectativas de 0,5%.
A economia brasileira experimentou uma desaceleração ao longo de 2024, com taxas de crescimento trimestrais de 1,0%, 1,3% e 0,7%, respectivamente. A desaceleração da atividade econômica foi prevista após um início de ano mais robusto, e analistas projetam que 2025 verá uma continuação dessa tendência. O ciclo de aumento da taxa de juros, com a Selic em 13,25%, já começa a mostrar efeitos no desempenho econômico. O aperto monetário, aliado ao menor impulso fiscal, deve contribuir para uma economia mais moderada no próximo ano, com reflexos no consumo e na inflação.
Embora o mercado de trabalho tenha se mantido aquecido e fatores como o crédito facilitado e benefícios sociais tenham ajudado a sustentar a economia, o aumento de preços, especialmente dos alimentos, gerou riscos inflacionários. A política monetária do Banco Central, com a manutenção de juros elevados, visa controlar a inflação, mas ao custo de um crescimento econômico mais baixo. A expectativa é que os juros altos e a queda no impulso fiscal sejam os principais fatores para o desempenho econômico mais fraco em 2025.