A recente cerimônia de sorteio da Conmebol trouxe à tona novamente a questão do racismo no futebol, um problema persistente nas competições sul-americanas. Durante o evento, o presidente da entidade reconheceu a gravidade da situação, mas foi criticado por sua resposta inadequada a incidentes racistas recentes, como o ocorrido em um jogo da Libertadores Sub-20, entre Palmeiras e Cerro Porteño, onde jogadores brasileiros foram alvo de insultos. A falta de punição efetiva e a morosidade nas ações da Conmebol geraram descontentamento, especialmente entre os clubes brasileiros e as autoridades esportivas do país.
Embora a Conmebol tenha afirmado estar atenta ao racismo no futebol, as respostas institucionais a diversos casos não têm sido suficientes para combater o problema de forma decisiva. Casos recorrentes de discriminação racial, como ofensas contra jogadores de clubes brasileiros em competições internacionais, revelam a ineficácia das medidas aplicadas. Em diversos episódios, as punições se limitaram a multas leves e suspensões temporárias de torcedores ou clubes, sem medidas mais contundentes para prevenir e erradicar o comportamento racista nas arquibancadas.
Especialistas em discriminação racial, como Marcelo Carvalho, destacam que uma mudança real só ocorrerá quando as vozes dos jogadores negros forem ouvidas e compreendidas. Para ele, a falta de compreensão sobre o impacto do racismo e a ausência de ações concretas da Conmebol, da CBF e de outras entidades responsáveis têm alimentado a perpetuação desse problema no futebol sul-americano. Além disso, a contínua falta de punições severas para os clubes cujos torcedores cometem atos racistas é vista como um obstáculo para o avanço de uma verdadeira cultura de respeito e inclusão no esporte.